sexta-feira, fevereiro 02, 2007

despeço-me (sem dizer tchau)

À Danielle Portugal

Despeço-me das pessoas da rua.
Da janela, o máximo que sinto é saudade.
Nua, minha vida na cidade velha fica pra trás.
Nada me espera além do que me vem.

Não lembro do que ficou e não vejo mais,
nem faço questão de me perguntar,
pois questões era só o que me via fazer...

Quero viver sem ser capaz de responder a tudo.

Despeço-me sem dizer tchau.
Vou-me embora e não me preocupo em olhar pra trás
e ver além do que me volta à lembrança, e me cansa,
tentar continuar aquém do resto do mundo.

Não vejo ninguém indo do meu lado.
Não há pessoas fugindo do que eu fujo.
À frente só há pegadas
dos sonhos que, um dia, correram atrás de alguém.

Não vejo ninguém indo do meu lado.
Não há pessoas fugindo do que eu fujo.
À frente só há pegadas.
Foi-se o tempo em que se andava de mãos dadas.

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