sexta-feira, fevereiro 02, 2007

perfídia

música dada de presente de aniversário a luiza camilo
em agosto de 2005

demais, bem que eu queria ser.
tenaz, dos tolos o menor.
que mãos me lavam sem saber
dos males o pior?

fugaz anoitecer do qual
meu corpo, inerte, não se refaz.
silêncio!
me sinto entre feras
as quais deveras criei.

se vai acontecer de novo: não! distinto "não" declarei.
me envolvo em caminhos os quais, pro seu bem, não seguirás.
se vai acontecer, de novo:'não! distinto, não me entreguei.
envolto por espinhos, a dor de um abraço a defenderá.

demais bem que eu podia ser
fugaz, dos amores o menor
apraz anoitecer do qual
minha memória não se desfaz.

se vai acontecer de novo: não! distino "não" declarei.
me envolvo em caminhos os quais, pro seu bem, não seguirás.
se vai acontecer, de novo: não! distinto, não me entreguei.
envolto por espinhos, a dor de um abraço a defenderá.

se vai acontecer?: não sei. na escuridão me entreguei.
me envolvo em caminhos dos quais não saberei retornar.
se vai a história de nós dois,
noites de beijos-segredo,
perfídia.

Um comentário:

Reginaldo Mesquita disse...

História de músico(a) - Perfídia

Perfídia, uma história com várias sub-histórias, todo mundo se olha, ninguém fala nada. Silêncio.
Às vezes a amizade extrapola as barreiras de qualquer formalidade ou responsabilidade.
Hedonismo, prazer, só quem morre disso são os ratos marsupiais pardos. Mesmo assim, damos nome de traição e sinônimos a coisas que achamos que o são. (Ah, nossa mania de nomear... Não conseguimos viver com o que nos é estranho, sem nome. Lembrem-se: a noção de pecado está em nós, só e somente).
Se vai acontecer de novo? Não sei... Só sei que noites de beijos-segredo dão frio na barriga antes, depois e, principalmente, durante.

Perfídia surgiu em dois dias ininterruptos de trabalho de parto e de memorização. Como ainda não tinha (e ainda não tenho!) um gravador digital, ela foi a que mais toquei pra não esquecer durante esse período de dois dias de composição. Quando entrei em transe de tanto tocá-la (a música) liguei pro Marcelo Brice pra compartilhar o que, pra mim, tava fantástico. Tudo bem não ser ouvido devido às circunstâncias do trabalho do rapaz, mas definitivamente, pra mim, Perfídia era (e ainda é) de arrepiar.

Tá bom, Manoel, eu confesso: estava sim ouvindo Muse na época. Pronto, falei!