terça-feira, janeiro 30, 2007

obrigado por nada

"-digo indignado: - óh!, tal trabalho!"
- o meu é bem pior que o teu.
tu andas com teu carro importado
e eu, meu irmão, mal pago aluguel!
pois pago escola, casa e tenho aos montes
filhos em "escada rolante".

não desisto. vou adiante. sempre em frente! não desista! (ordem militar)
não desisto. vou adiante. sempre em frente! não desista! (ordem militar)

sigo sempre as regras da lei (mentira!)
se sei, ouvi, e se não sei, simples:
tinha que decifrar.
pois, quando o galo canta às 5 a.m.,
tá na hora da vaquinha ordenhar.

e blá blá blá!
o que eu digo ninguém ouve
e, nem ao menos, se esforça.
grato pela ajuda. obrigado. vá com deus!
que a fome não conheça belas almas, filhos teus.

trabalho, vida.
vivo a falência.
em contrapartida,
luto contra a indigência.

Um comentário:

Reginaldo Mesquita disse...

História de músico(a): Obrigado por nada

Com meus 17 anos, um pouco incomodado com a relação homem X dinheiro, estudando em cursinho pré-vestibular e vivendo música há dois anos, compus algumas músicas. Obrigado por nada foi a primeira desse hall pré-Actemia. Estudando música desde os meus 15 anos, ainda não conseguia executar algumas convenções que imaginava, mas que, tentando (treinando, trabalhando), executava. Foi o caso da seqüência que acompanha "Não desisto. Vou Adiante. Sempre em frente. Não desista. Ordem Militar". Tocar e cantar isso foi um desafio!
Letra e música escolheram mesmo dia e hora pra nascer. Inspirado por alguns nomes (do que pra mim é a "nova", nem tão nova) MPB que eu começava a ouvir na época, fiz Obrigado por nada, tendo como back-ground Lenine (JackSoul Brasileiro - adoro brincadeiras grafo-sonoras!), Zeca Baleiro (Heavy Metal do Senhor - a harmonia em I, IV e V), Pato Fú(? - não me lembro o nome da música!) e, pasmem, um jingle feito por Richard Melquíades para uma possível campanha publicitária de um supermercado goiano (para o qual já havia até mascote!).
Como forma de gritar pro mundo, sem sair de casa, minha revolta ao dinheiro (ou à sua falta - ?), meto(mi)nimizo cantando "e eu, meu irmão, mal pago aluguel".